quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Coimbra é uma lição (April in Portugal)

Tenho dedicado muitos dos meus posts a Coimbra.

Coimbra é, sem sombra de dúvidas, umas das mais belas cidades portuguesas.

Em todos os sentidos.

Que o digam todos aqueles que por aqui passaram pela Universidade, onde a plavra "saudade", na hora da despedida, ganha todo um outro sentido.

Pois é, Amália Rodrigues, numa das vezes que foi cantar aos EUA, cantou "Coimbra" na sua versão internacional "April in Portugal" e entre a audiência estava Louis Armstrong.

Louis gostou tanto da música que resolveu fazer uma versão como só ele sabe.

Deliciem-se.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Crise Académica de 1969.


Para os meus alunos do 12.º Ano (e para todos aqueles que por aqui passam).

Para se lembrarem que a liberdade foi difícil de alcançar e há que estar atento, pois a democracia pode não ser eterna.

Depois da visita ao Forte-Prisão de Peniche, aqui fica mais um exemplo de luta pela liberdade, num país que vivia amordaçado.

Um grande bem-haja a todos.

PS: Esta é uma das mais bonitas canções de Coimbra que conheço.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Porque é importante não esquecer...

As cornucópias da Pastelaria Alcôa, em Alcobaça.
O edifício do antigo Hospital Termal das Caldas da Rainha.
As primeiras palavras depois de visitar o Parlatório.
Na ala das celas, ouvindo falar da alimentação.
Edifício onde estava a "solitária"
A "solitária" de onde aconteceu a fuga de 1954.
Local da muralha, onde Dias Lourenço saltou para a água, a 17 de Dezembro de 1954.Conferência onde, no final, respondeu às perguntas colocadas

O grupo com Dias Lourenço (todos menos eu).

Dia 19 de Fevereiro foi dia de visita de estudo.
Um grupo de alunos do 12.º ano, no âmbito da Área de Projecto, organizou uma Visita de Estudo ao Forte-Prisão de Peniche, onde pudemos acompanhar as explicações de Dias Lourenço, que nos relatou o dia a dia da prisão, a actuação da PIDE e a maneira como fugiu, e depois organizou a fuga de Álvaro Cunhal e de mais 9 companheiros, da mesma prisão, a 3 de Janeiro de 1960.
Saímos, então, pelas 8.30 horas da manhã e fizemos uma 1.ª paragem em Alcobaça para reconfortar o estômago com uma Cornucópia e outras iguarias da Pastelaria Alcôa, situada em frente ao Mosteiro e que tão bem honra a doçaria conventual.
Daí rumámos às Caldas da Rainha onde visitámos o Museu José Malhoa, ou melhor, a exposição temporária (o Museu está em obras), onde vimos obras de um dos mais importantes pintores naturalistas portugueses, José Malhoa.
Passado o almoço, rumámos a Peniche para o prato forte: a visita ao Forte-Prisão, acompanhados por Dias Lourenço, que já aí se encontrava à nossa espera.
Percorremos o Forte, onde nos foi relatando, na 1.ª pessao, o que era ser preso político, o que era ser torturado pelos agentes da PIDE a fim de obter informações, como foi a fuga que encetou no dia 17 de Dezembro de 1954.
Dias Lourenço fugiu do Forte de Peniche, durante a noite, às duas da madrugada, depois de estudar as rondas dos guardas e desfiar um cobertor para o transformar em corda. Curioso é que a fuga implicou uma provocação aos guardas, alguns dias antes, a fim de ser condenado à solitária, sítio de onde seria mais fácil fugir.
Tendo levado uma faca escondida, acabou por cortar um pedaço da porta, tendo fugido no dia 17 de Dezembro de 1954. Como se enganou na hora das marés, acabou a nadar durante hora e meia até atingir a praia. Isto em plenó mês de Dezembro...
Aí chegado, teve a sorte de contar com a solidariedade de populares que o ajudaram a fugir numa camioneta de peixe até Torres Vedras.
Dias Lourenço esteve privado da liberdade no Forte de Peniche nos períodos entre 1949 e 1954 e 1962 a 1974, num total de 17 anos, por pertencer ao PCP.
Hoje, com 93 anos, continua com o espírito vivo e sempre pronto a relatar o que passou, porque é importante não esquecer a ditadura que existiu em Portugal, antes de Abril.
Concordemos ou não com as suas ideias políticas, uma coisa é evidente, a luta por aquilo que considerava serem os seus ideais, a maneira como se empenhou na sua defesa e o que sofreu, merecem a nossa admiração e agradecimento, pois essa luta foi importante para a queda do regime ditatorial existente em Portugal.
Costuma dizer-se que "Um povo sem História é um povo sem futuro".
Por isso é importante recordar, porque a liberdade é difícil de alcançar e, apesar de todos os defeitos que a nossa democracia possa ter, é bom que nos recordemos que "A democracia é o pior regime político, tirando todos os outros."

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Praça Velha (Praça do Comércio)

Fotografia curiosa da Praça Velha. É visível um carro de bois. Do lado esquerdo ficava o Hospital Real, onde actualmente ficam os Marthas.

Fotografia actual,mais ou menos do mesmo ângulo.


Vista do lado contrário. À direita, o Hospital Real (prédio mais baixo). Ao fundo vê-se a Igreja de São Bartolomeu, onde fui baptizado

Fotografia idêntica à anterior, embora tivesse sido acrescentado um piso ao edifício do antigo Hospital.
Igreja de São Bartolomeu (actualidade)

No 2.º edifício da esquerda ficava, e ainda fica, o Externato Feliciano de Castilho, onde estudei.

Fotografia actual, com as esplanadas.

Igreja de São Tiago no início do século XX

Fotografia actual da Igreja de São Tiago. Repare-se nas diferenças.
A antiga praça de S. Bartolomeu, passou a ser designada, no século XIX, como Praça do Comércio, funcionando aí o mercado da cidade.
Com a abertura do mercado D. Pedro V, em terrenos outora pertencentes ao Mosteiro de Santa Cruz, a Praça do Comércio passou ser popularmente conhecida como Praça Velha.
Aí funcionaram, ao longo dos tempos, a Casa da Câmara, o Hospital Real, os Açouges (talho/matadouro) da cidade, o Cartório dos Tabeliões e o Pelourinho, símbolo do poder e da justiça municipais, para além do referido mercado.
Também aí se fizeram corridas de touros, autos de fé e representações teatrais.
Até aos anos 70 funcionou como parque de estacionamento que eu conheci quando era pequeno e aí frequentava o Externato Feliciano de Castilho.
Foi aí que a professora Alice, me ensinou a ler e a escrever e fazia questão que todos tivéssemos Muito Bom, quando nos levava a fazer o exame da 4.ª classe a uma escola Pública (o meu foi feito na Escola de Santa Cruz).
Alguns anos depois, em 1979/80, a Praça sofreu obras, tendo sido feitas escavações que permitiram ver os muitos vestígios arqueológicos aí existentes.
Foi então proibido o trânsito automóvel e a Praça ganhou a sua configuração actual, com direito a uma réplica do Pelourinho e Feiras das Velharias e das Cebolas, cuja origem (desta última) remonta ao século XIV, então integrada na Feira de S. Bartolomeu.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Café Montanha

Aspecto da Portagem nas primeiras décadas do século XX
Repare-se no carro de bois.

Obras nos anos 50. Já é visível o café Montanha (toldo do lado esquerdo)

Café Montanha. Aqui fica, actualmente o BPI

O actual Café Montanha situa-se no Largo da Portagem, do lado esquerdo das Escadas do Gato, onde se situava, anteriormente, um stand de auomóveis da Ford.

Este café não é, no entanto, o original que se situava um pouco mais à esquerda, num edifício construído já no século XX, num espaço actualmente ocupado pelo Banco Português de Investimento (BPI) que, por sua vez, herdou o espaço do Banco Borges & Irmão.
Este Montanha original, consituiu durante a década de 50 um dos principais locais da tertúlia coimbrã, a par com outros famosos cafésda Baixa como o Arcádia, a Brasileira e o Santa Cruz.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A lógica da batata

Há uns anos, perguntei a um aluno porque motivo era feriado o dia 5 de Outubro, tendo-me ele respondido que era para celebrar o 25 de Abril.

Até há pouco tempo ainda não tinha percebido a lógica de tal raciocínio, pois eu que faço anos em Maio, nunca me deu para os celebrar em Outubro.
No entanto, ontem, ao ler os títulos do Público on line, comecei a valorizar a resposta do meu discendo e a perceber a lógica que havia norteado aquela resposta, embora continue a pensar (sou um bocado teimoso) que se assemelha à chamada lógica da batata (semelha, na Madeira, é batata).
Então não é que o próximo Dakar vai ter lugar na América do Sul?
Vá-se lá agora perguntar a um aluno onde fica Dakar!
Claro que é na América do Sul. Dahh!!!!!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

De molho...

Estou farto de estar de molho...

Começei na 2.ª feira, ao fim da tarde, e passados quase sete dias continuo na mesma. Não há antibiótico que resolva a questão e estou farto de Aspergic e Benuron.
Aspecto positivo: li dois livros de uma assentada, "O Rio das Flores" de Miguel Sousa Tavares e "O Sétimo Selo" de José Rodrigues dos Santos.
No meio disto tudo, ainda fui trabalhar (5.ª e 6.ª Feiras) e só já não consegui corresponder aos compromissos de fim-de-semana. Fica para a próxima.
Do muito que li por estes dias (acabei com a reserva de revistas e de jornias que vinha a acumular por não ter tempo de os ler) duas coisas me chamaram a atenção:
  • O fim do ensino da música, como o comhecemos, nos Conservatórios. Apesar de não ter uma boa experiência com o da minha cidade, penso que a solução encontrada é pior do que aquilo que existe. Então acaba o ensino individualizado? As aulas de instrumento ou de canto passam a ser em grupo? Só quem não sabe o que é o ensino da música pode entender tal medida, mas enfim. Esperemos para ver o que isto vai dar. Uma coisa eu tenha a certeza, vai haver poupança na coluna das despesas!

  • O chumbo de uma moção, na Assembleia da República, por causa docentenário do assassinato do rei D. Carlos. Eu que sempre me considerei um republicano dos quatro costados, não consigo entender o porquê da decisão. Mas afinal qual é o medo? Da Monarquia? Não creio! Então de quê? Não faço ideia. De qualquer forma, se há assuntos que me fazem impressão. Este é um deles.... Um assassinato é sempre um assassinato. Ainda por cima o rei era legítimo! Como sempre desconfiei, há pessoas para quem os direitos humanos variam de acordo com vítimas ou com os carrascos. Já sabemos que há bons e maus ditadores. Sempre quero ver, quando morrer Fidel de Castro, os que agora votaram contra (para não rescrever a História!!!! - dizem eles) que posição vão tomar? E que tal retirar a D. Afonso Henriques o privilégio de ser o patrono das nossas forças armadas? Ah! já me esquecia de Orweel! É que todos somos iguais, mas há uns mais iguais do que outros. Ele lá sabia do que escrevia...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Portagem

Obras na Portagem devido à construção da Ponte de Santa Clara. Do lado direito da estátua vê-se a ponte de ferro
Obras vistas do lado contrário
A linha de comboio teve de ser subida devido à Ponte de Santa Clara estar a uma cota mais alta.
Pouco tempo antes da inauguração da ponteLargo da Portagem quase sem trânsito
Ainda se passeava no meio da rua. O carro que se vê funcionava a gasogénio
Comboio a carvão a passar pela Portagem. Repare-se na lavadeira que ia para o rio.
Automotora Allan a passar na Portagem. Ainda hoje, são elas que fazem a ligação à Lousã.
Carros de bois na Portagem.
Voltamos hoje a este largo para visonarmos algums das fotografias onde são visíveis as obra que sofreu aquando da inauguração da Ponte de Santa Clara. Desde logo porque esta, por estar a uma cota mais alta, implicou uma subida do referido largo.

Neste largo que havia tido outros nomes como já aqui vimos, existiu o Pelourinho de Coimbra que para aqui tinha vindo da chamada Praça Velha e que foi retirado em 1836. Hoje apenas existe uma réplica na referida Praça Velha.

Algumas curiosidades:
  • apesar do pouco trânsito a zona destinada aos automóveis é superior à actual;
  • a linha de comboio que atravessava o largo (e ainda hoje atravessa) e onde passavam vários comboios por dia. O comboio para a Lousã apanhava-se na Estação Nova e não na Estação (apeadeiro) do Parque;
  • a existência de várias linhas de eléctrico;
  • a existência de carros a gasogénio, apesar da Guerra Mundial já ter terminado, o que mostra as dificuldades que ainda existiam no abastecimento de gasolina. Estes carros trabalhavam a gás produzido pela combustão do carvão. Daí aquela espécie de mala suplementar atrás que é visível na fotrografia.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Quinta das Lágrimas





Um dos locais mais conhecidos da Lusa Atenas é a Quinta das Lágrimas, local onde hoje está instalado um luxuoso hotel.
O espaço era, antigamente, a Quinta do Pombal que data do século XIV e pertencia ao Mosteiro de Santa Cruz.
Por aí, terá andado Luís de Camões, no século XVI, meditando nos amores de Pedro e Inês que cantou de maneira sublime nos Lusíadas.
Ainda nesse século a sua posse passou para a Universidade.
A Fonte dos Amores data do século XIV e, já nesse século, era designada por esse nome, embora nada tivesse a ver com os amores de Pedro e Inês. Provavelmente foram os estudantes que estabeleceram essa ligação, quando por aí passeavam. Até o regato se diz que servia para levar as cartas de Pedro para Inês, quando esta estava no Convento de Santa Clara-a-Velha.
O actual edifício data do século XVIII, tendo sofrido grandes alterações no século seguinte, devido a um grande incêndio que o consumiu tendo sido transformado em Hotel, em 1995.
Vale bem a pena dar uma volta pelos seus jardins (Infelizmente a entrada é paga! Talvez por isso esteja tão bem conservado.) e sentarmo-nos um pouco junto à Fonte dos Amores, pois é um dos locais com mais carga simbólica que podemos encontrar em Coimbra.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Ricardo Araújo Pereira



Não resisti a colocar aqui um video em que, a brincar, Ricardo Araújo Pereira faz um excelente retrato das urgências médicas em algumas zonas do nosso país.
Acreditem que vale a pena ver.